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De gordinha a meia maratonista!



O dia 13 de novembro de 2016 vai ficar para sempre marcado na minha memória. Foi o dia em que eu me tornei uma Meia Maratonista.



Eu ainda nem estou acreditando muito que eu consegui este feito: 21k. Mas eu fiz. Eu completei correndo o tempo todo a prova Asics Golden Run 21k. Concluí a prova em 2 horas e 26 minutos.



Eu nunca fui muito ligada em tempo, em pace. Eu sempre foquei na resistência, na quilometragem. Meu objetivo era sempre chegar mais longe, do meu jeito, com calma, com foco. Meu orgulho pessoal era saber que um dia eu fiz 5k, no outro 10k, que mais na frente eu fiz 15k e agora 21k.

Olhando minhas fotos mais antigas, fiquei meio boba. Em setembro de 2013, estava com sobrepeso, bem gordinha mesmo, sedentária e descompensada. Hoje sou outra pessoa, muito mais saudável. Quem diria que aquela gordinha que se cansava ao subir uma escada, que tinha um sono absurdo depois do almoço, um cansaço crônico, chegaria em Brasília completando 21k.

Acho que vocês já conhecem a minha história. Era sedentária, eliminei 17 kg, comecei a correr, consertei a alimentação. Se quiser rever a minha história clica aqui.

Agradeço a Deus por ter conseguido.

Completar os 21k da Asics não foi difícil. Na verdade foi mais fácil do que eu pensei. Eu fiz a prova bem. Sem dor, sem sofrimento, sem briga mental. Foi muito tranquilo. Ali vi o quanto eu estava bem preparada, apesar dos percalços.

Eu sofri mesmo foi no treinamento. A preparação começou 6 meses antes da prova. Porém eu tenho um probleminha nos dois joelhos de nome Condromalácia ou Condropatia patelar. E quando aumentou o volume de treino, os joelhos deram sinal e eu me desesperei. Como treinar com tantas dores? Para melhorar a minha situação, em abril deste ano, eu peguei Chikungunya. Aí a situação piorou muito, porque as dores nas articulações ficaram insuportáveis. Mas eu não queria desistir. Aliás DESISTIR é uma palavra que não existe no meu vocabulário. EU NÃO DESISTO NUNCA. Eu xingo, eu me irrito, eu choro, mas eu não desisto. Eu tinha botado na cabeça que eu ia fazer estes 21k e eu ia fazer de qualquer jeito. Muitos acharam que eu não conseguiria. Outros achavam que minhas dores "eram fingimento", mais alguns diziam que eu me acostumei com as dores. Infelizmente tem muita gente babaca, torcendo contra e fiscal de treino alheio por aí. Teve que gente que me disse para trocar de esporte.

Pra você que lê este artigo, eu lhe digo: CONFIE EM VOCÊ. Não deixe  ninguém determinar o seu futuro, nem dizer a você que não vais conseguir. Ouça o seu coração. O limite está na sua mente. Você pode conquistar tudo o que quiser, basta querer. Eu emagreci, eu me tornei saudável, eu fiz 5k, 10k, 15k, fiz 21k e se eu botar na minha cabeça que vou fazer 42 k eu faço. Seja persistente, lute, não desista, corra atrás do seu sonho. E isso vale para tudo na vida.

Eu sempre dizia pro meu treinador "lá eu dou meu jeito, eu vou terminar os 21k, nem que seja me arrastando" mas não foi assim que aconteceu não.

Durante os meses de treino, eu treinei como deu, como eu pude. Confesso que nem fiz todos os longões que era pra ter feito, e nem sempre deu pra cumprir a planilha. Mas me cuidei. Fui ao ortopedista, fiz fisioterapia, usei gelo, tomei condroprotetores, analgésicos, fiz osteopatia, diminuí o ritmo, descansei, fiz massagem, respeitei meus limites.

Seguí para Brasília consciente de que não seria meu melhor tempo mas eu iria me esforçar ao máximo. Na véspera da corrida, eu quase não consigo dormir, ansiedade, medo de não conseguir, de passar vergonha, de sentir dor e não conseguir concluir. Mas orei e entreguei na mão de Deus.

Quando deu a largada, eu segui com minha prima Semira do lado. Era a 1a vez que ela ia fazer 21k também. É tudo tão emocionante, tão bacana, tanta gente reunida, o som dos passos na pista, eu tava muito feliz, e segui correndo leve, apreciando as paisagens e caiu a chuva. Eu torcia por um tempo mais fechado. Porque é melhor correr na chuva do que correr no sol quente. O sol desgasta mais. Porém Deus mandou uma tempestade. Na hora lá o relógio marcava 16 graus e tome chuva a corrida inteira. Mas na empolgação nem frio sentí. E assim eu segui, conversando, me alimentando a cada 5 km, bebendo água e Gatorade no percurso todo e quando eu me espantei eu já estava no km 15. Foi aí que pensei: "tô no lucro já". O máximo que eu já havia feito era 15k. Então dali pra frente, tava tudo lindo.

Gente, por incrível que pareça eu não sentia nada, nem dor, nem cansaço, nada. Tava anestesiada. De tanta felicidade de estar ali junto com 9 mil corredores. Quando dei por mim estava no km 19 e percebi que eu tava bem, tranquila. No km 20 meu amigo Kemps veio me buscar. E eu disse a ele que eu tava bem, e eu tava sorridente, com gás acerelei. Quem corre comigo, sabe que dependendo da corrida nos km finais eu já fico muito irritada, e se estiver faltando água então, aí eu fico uma arara. E ele me disse palavras tão bacanas naquela hora que comecei a me emocionar. E quando faltavam 500 metros para a linha de chegada, ele me disse "vai Daucy, para a curva da vitória", e eu segui com todo o gás que eu tinha. Depois de 21k, eu ainda tive gás para Sprint final. E foi lindo, eu comecei a chorar, lembrando de tudo eu tinha passado para chegar até ali e eu cruzei a linha de chegada chorando muito, feliz da vida, emocionada demais. E minha prima do lado sem entender nada.



Foi incrível. Agradeço a Deus que me permitiu realizar este feito. Agradeço a Milhas Assessoria Esportiva que me treinou. Agradeço também ao Márcio Magalhães osteopata, ao Marcos Macedo meu nutricionista, ao Dr. Exercício, aos treinadores Carenina e Reginaldo pelo acompanhamento. Agradeço do fundo do coração os ensinamentos de Henrique Lima, de Élida e Kemps que treinaram comigo, me incentivaram, acreditaram em mim o tempo todo. Vocês são 1.000.





Não pretendo fazer uma maratona. 42 k está fora de cogitação pra mim. Eu disse que faria somente esta meia maratona. Não quero mais brincar disso não. Rss. Os treinos são desgastantes. Pretendo ficar correndo somente 5 ou 10 km. Meu foco é qualidade de vida, Quero envelhecer correndo. Bem, por enquanto este é meu pensamento. Não sei se vou mudar de ideia. Porque afinal de contas QUEM CORRE QUER MAIS.




Daucyana Castro
Meia Maratonista

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