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Porto Alegre: 21k outra vez - a minha 2ª Meia Maratona


Pela primeira vez, consegui dormir numa véspera de corrida. Havia dormido a tarde toda no dia anterior e dormi por volta de 00h. Levantei as 4h15 da manhã. O termômetro já mostrava 8 graus em Porto Alegre. Eu já sabia que seria no frio, mas não imaginava, nem de longe tinha noção daquele frio.


A largada foi com 7 graus, quando eu cheguei já estava em 9 graus

Eu estava mais ou menos preparada, calça térmica, blusa manga comprida térmica, meia de compressão, casaco, gorro e luvas. Segundo orientações, a ideia era chegar à largada bem agasalhada até o momento de iniciar a corrida. E somente no final, voltar a usar o casaco.





Mas gente, o frio era tão descomunal que eu não consegui. A impressão que eu tinha era de que nem vestida eu estava, tamanho era o frio de 9 graus (as 6h30 já havia aumentado 1 grau) naquela manhã de 11 de junho de 2017, em Porto Alegre. Eu cheguei a ir ao pórtico de largada sem o casaco, mas me tremia toda. Então voltei para buscar o casaco no guarda-volumes e foi aí que me perdi da turma da Milhas Assessoria. Para mim, foi péssimo, porque eu larguei sozinha e fiz o percurso inteiro sozinha, sem ver uma cara amiga, sem ter ninguém do lado para reclamar que estava muito frio.


MINUTOS ANTES DA LARGADA

Geralmente, em corridas assim, você chega a trocar algumas palavras com corredores ao lado, mas nessa corrida especificamente, notei todo mundo muito concentrado e focado para si, no seu mundo interior. Cada um com suas lutas, suas estratégias mentais para chegar ao fim inteiro.

Mas vamos lá. Eu larguei sozinha e toda empacotada. Por isso não gravei vídeos, era tanto bagulho que eu carregava e com o frio, tive receio de deixar cair o celular. A corrida atrasou 15 minutos. As 7h15 foi dada a largada. O percurso inicial era por ruas dentro da própria cidade, depois foi que pegamos a pista que dava acesso a outras avenidas.




Quando passávamos pelas ruas de Porto Alegre, famílias inteiras nas portas de suas casas, tomando chimarrão, inclusive crianças, batendo palmas e nos dizendo palavras de incentivo. Achei bacana.



No km 3 comecei a suar e tirei as luvas. Eu não acreditei nisso. Como eu conseguia suar num frio daquele? Mas as mãos estavam molhadas dentro das luvas. No km 5, a minha  cabeça esquentou e o suor escorreu, aí tirei o gorro. E no km 7 não aguentei e tirei o casaco. Amarrei na cintura.

E segui a corrida numa boa. Até surgiu um solzinho, mas não era o suficiente para esquentar, mas a camisa manga longa segurava bem, tendo em vista que eu tava suada. Mas era um suor seco. Meu cabelo nem desmanchou a escova (risos). O percurso de 21k passava por vários percursos tradicionais (que eu já havia conhecido no Bus Tour), entre eles, o estádio Beira Rio, o rio Guaíba, a fundação Iberê Camargo (essa eu nunca vou esquecer heim Priscilla), que já era bem próxima da linha de chegada. O percurso até o km 7 era por dentro da cidade, não repetia, quando chegava no km 7, passava pela linha de chegada e aí era bate volta. Nesse trecho aí eu perdi uma das luvas.

FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO AO FUNDO

Eu tava bem psicologicamente para esta corrida. Fiz os 21k tranquilo, sem desespero, sem dores, sem vontade de parar, nada. Fiz pose para todos os fotógrafos que cruzaram o meu caminho e finalizei com um sprint final. Passei com todo gás no pórtico de chegada com um pace de 5:57. O pace é seu ritmo médio de corrida, medido em minutos por quilômetro, ou seja, ele marca em quanto tempo você percorre 1km. 





Aliás, esta foi a corrida em que eu mais me disciplinei em relação a pace. Não queria botar tudo a perder, me desgastando no início e terminando em sofrimento. Então, decidi fazer leve, variou entre 6:20 e 6:40. No último km foi que eu apertei e baixei para o pace de 6:00. Foi ótimo, terminei bem, feliz, sem desgate, sem estar morrendo.

Sim, mas voltando a minha lenga lenga com o frio. Hahaha. No km 14 voltou a fazer muito frio. Acredito que foi em algum momento que passei por uma sombra, onde o sol não tava na minha cara. Muito engraçado. Tinha sol na cara mas não tinha calor nem desgaste Frio e sol, uma combinação interessante. Tornei a colocar de novo a luva que restou e o gorro. O casaco permaneceu na cintura.

No km 16 tornei a suar e tirei tudo de novo. Hahaha, era um “bota e tira” terrível.



Sobre a minha alimentação, tive muito cuidado no jantar de massas da véspera. Não usei queijo. Optei por jantar penne com carne moída, sem molho, sem queijo nem nada, para não correr o risco de dar piriri no meio da corrida. No café da manhã do dia da corrida, não tinha meu cuscuz, então eu tive que ir no pãozinho francês mesmo. Valeu a pena, não senti dor de barriga durante o percurso (mas depois foram outros 500).

No km 10 comi uma bananinha. E bebi água em todos os pontos de hidratação (eles estavam posicionados a cada 2,5 km). Nesta corrida em específico não tinha Gatorade para o pessoal dos 21k. Achei uma falha (na Golden Run de Brasília tinha).

No km 15, comi três jujubas, e mais a frente no km 18, comi mais duas jujubas para garantir o sprint final. O km mais difícil e mais longo foi o último. Parecia que não chegava nunca. Já tinha passado pela Fundação Iberê Camargo e nada. Queria logo era terminar. Achei muito ruim não ter um único parente a nossa espera no pórtico de chegada. Eu fui sozinha para Porto Alegre e me perdi dos amigos da minha assessoria antes da largada. Então, eu me senti meio abandonada neste aspecto. E eu de doida, mesmo sabendo disso, ainda olhava para um lado e outro, na esperança de ver pelo menos uma cara conhecida. Somente no último instante, segundos antes de cruzar o tapete, olhei um amigo querido de São Luís (que foi também correr), que gritou meu nome e me fotografou (Ulisses, I love you baby).


MOMENTO DA MINHA CHEGADA

Cruzei a linha de chegada, em 2h18. Muito feliz, pelo resultado da minha segunda meia maratona. Consegui, mesmo no frio, baixar 8 minutos do meu tempo. Em Brasília, eu havia feito em 2h26, a 16 graus e com chuva. O que conta pra mim é o tempo do Garmin e não o tempo líquido. Eu disparei meu Garmin na hora que passei pelo tapete e parei ele na hora que passei de volta. No meu Garmin diz que foi 2h18, então foi. Quando a gente termina a corrida dos 21k, quando a gente pára, imediatamente dói tudo. Eu segui caminhando até o Guarda Volumes. As pernas pareciam travadas, ardiam por inteiro. Peguei água, frutas e me sentei. Conferi o tempo de novo. Continuava 9 graus. Nesse momento sem frio. O corpo estava quente. As dores pararam. Depois de 20 minutos, voltou a fazer frio e eu pus de novo o casaco. E assim eu fiz 21 mais uma vez…





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