Testemunho de Ana Paula Nogueira: Líder do Ministério de Ação Social da Igreja de Cristo em Radional
Antes de qualquer vontade, pensamento ou atitude que o cristão venha a ter, primeiramente deve esvaziar-se de si e tomar Cristo como referência. O primeiro passo – talvez o mais importante de todos - para uma vida cristã sem desvios de conduta é compreender que o maior ensinamento que Jesus nos deixou foi tomar-lhe como exemplo e agirmos conforme Ele agiria se estivesse em nosso lugar. Portanto, a pergunta “em meus passos o que faria Jesus?” deve nortear a caminhada cristã como se fosse o único holofote na escuridão, iluminando para onde devemos seguir.
Foi exatamente isso que fiz ao decidir por convicção que faria parte da família de Cristo aqui na Terra por meio da aceitação do evangelho. O serviço na igreja deve ser visto como parte fundamental para o crescimento espiritual de todos nós. A obra cristã é fruto da fé. E a fé sem obra é caminho da morte. É importante saber o que Deus espera de nós, para tanto, devemos conhecê-lo, pois através Dele podemos chegar a nós mesmos. Foi com paciência e perseverança que escutei no tempo certo o chamado de Deus para servi-lo.
Poder fazer parte do Ministério de ação social é uma felicidade sem tamanho. Hoje pude compreender que o lugar que ocupamos por obediência a Deus é o lugar que Ele sempre planejou para nós. Poder colocar em prática o segundo maior mandamento “Amar o próximo como a mim mesma” é bem mais que um dever, é uma satisfação minha para com o Pai, e dEle para comigo.
É importante que o cristão entenda que estender a mão, olhar nos olhos, oferecer o ombro, devem ser atitudes voluntárias, não compulsórias. O amor ao próximo não pode ser confundido com caridade, esmolas ou simplesmente feito em prol do ego. O amor é algo inerente. Não se pode projetar, planejar, calcular, medir. Cristo não mediu o seu amor por nós, nem criou condições para isso. Ele não disse: “Irei te amar até certo ponto”, ou “só irei te amar se fizeres isso ou aquilo”... então, assim mesmo deve ser o amor ao próximo, mesmo que este próximo seja distante, desconhecido ou totalmente fora dos nossos conceitos éticos e morais.
É disso que a humanidade precisa. Os cristãos precisam colocar de lado a máscara do básico e ir à luta. A mudança do mundo começa em cada um. Os pés que calçam sandálias altas ou sapatos fechados bem encerados precisam experimentar o caminho do amor, mesmo que existam pedras e espinhos para feri-los. As mãos macias, bem cuidadas, de unhas pintadas precisam sentir o peso do irmão mais fraco, nem que para isso tenham que carregá-lo.
Jesus confirma, com Suas palavras e obras, a preocupação, o cuidado e a compaixão pelo próximo. Ele curou, ensinou, salvou, consolou. Cuidou do ser humano por inteiro. A prática de Jesus segue uma seqüência marcada pelo ver, sentir e agir. Nesse sentido, é interessante notar que nos vários encontros de Jesus com as pessoas, a ação foi marcada por uma completa coerência com seus ensinos.
Devermos ser este Jesus na vida das pessoas. O Jesus que vê. O Jesus que sente. O Jesus que faz.
Ana Paula Martins Nogueira da Cruz Sekeff
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