Autoria: sejamagro.blogspot.com
Quando comer torna-se vício
“O que caracteriza um vício? Simplesmente não termos mais a opção de parar. O vício parece mais forte do que nós. Proporciona ainda uma falsa sensação de prazer, um prazer que, quase sempre, se transforma em sofrimento” (Trecho extraído do livro O Poder do Agora, de Eckhart Tolle).
Comer pode sim tornar-se um vício quando a vontade de ingerir alimentos é maior do que nós e não a conseguimos frear. Vem o impulso que nos leva a comer sem parar, como aquele que nos faz esvaziar uma caixa de bombons, um litro de refrigerante, o saquinho de salgadinhos, o pote de pipoca etc. Cada um sabe onde o sapato aperta, não é? Quer dizer, qual é o alimento que nos deixa (ou quais são) mais vulneráveis, e ficamos em suas mãos... Por que permitimos? Como pode um alimento exercer tamanha força sobre nós a ponto de não conseguirmos resisti-lo? Sendo que esse “nós” pode ser uma criança, um adolescente, um adulto ou um ancião. Não importa a idade nem a experiência, muitas vezes somos pegos na mesma esquina.
Na definição acima é interessante destacar o fato de o vício parecer mais forte do que nós, porque parece, mas não é, e só será se permitirmos que seja. Outro ponto é a falsa sensação de prazer proporcionada pelo ato de comer compulsivo, o que depois, e quase sempre, é transformado em sofrimento regado à culpa. Nesse caso vou fazer uma colocação aqui que pode parecer forte, mas se permita ler e depois tirar as suas próprias conclusões.
Como todo vício, quando a comida assim o é na vida de alguém, a primeira sensação é a falta daquilo no qual somos viciados, e procuramos satisfazê-la indo atrás do objeto desejado - no caso o alimento que mais nos dá prazer -, aí sossegamos um pouco. Depois, porém, muitas vezes vem a culpa por ter caído em compulsão novamente, o mal-estar físico, a decepção consigo mesmo diante de um ato que sabemos trazer conseqüências perigosas à nossa saúde e vida. O sofrimento aparece. Assim é criado um ciclo de comer novamente para mascarar o incômodo interno que apareceu e por aí vai...
De forma mais específica esse processo de ir atrás do que gera o vício, aliviar-se e retomá-lo também ocorre com viciados em álcool, cigarro, drogas, jogo etc. Só que em relação a esses vícios a pessoa pode abster-se, isolar-se deles e evitar a primeira vez. E como deixarmos de colocar a primeira garfada na boca? Como não termos contato com a comida? Impossível. Além do mais, ela é socialmente incentivada. Então precisamos aprender a lidar com os alimentos de maneira equilibrada, nem comermos demais nem de menos, trilharmos o caminho do meio. Precisamos descobrir o recheio emocional por trás de cada bocado que ingerimos sem controle. “O que busco comendo dessa forma?”; “Que fome é essa que só alivia quando estou cheio de comida e não agüento mais comer?”.
Dessa maneira pouco a pouco você começa a tirar o encanto embutido nos alimentos que geralmente não resiste comer e a encará-los pelo que realmente são. No início pode até comer, mas se questione, busque respostas sinceras de você mesmo sobre o real motivo de ingerir determinados alimentos, que você diz gostar tanto, porém é controlado por eles.
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